Enquanto o país se prepara para a Copa do Mundo de 2014 - já com atraso na avaliação da Fifa -, o orçamento da União de 2011 prevê montante recorde de recursos ao Ministério do Esporte. De acordo com a proposta encaminhada pelo governo ao Congresso Nacional, a última elaborada pela equipe do presidente Lula, a pasta terá quase R$ 1,3 bilhão para pagar pessoal, despesas correntes (contratações de terceirizados, água, luz, telefone) e investimentos (execução de obras e compra de equipamentos) no próximo ano. O valor, que será ampliado depois de receber emendas parlamentares, é o triplo do previsto inicialmente pelo governo para 2010 e o maior já projetado durante a era Lula.
O aumento se dá principalmente no programa Brasil no Esporte de Alto Rendimento, o Brasil Campeão, que visa financiar atletas por meio de bolsas, promover eventos esportivos e preparar equipes para campeonatos. Em 2010, o orçamento inicial previsto do programa foi de R$ 67,7 milhões, enquanto para 2011 a estimativa é desembolsar R$ 843 milhões, 12 vezes mais.
Só com atividades e projetos de infraestrutura, preparação e organização dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio de Janeiro de 2016, o Ministério do Esporte prevê R$ 452 milhões. Outros R$ 80 milhões serão destinados a ações da Copa do Mundo de 2014 e R$ 40 milhões, ainda do Brasil Campeão, serão concedidos a atletas por meio de bolsas. O valor, o dobro do projetado para 2010, beneficiará, segundo a proposta orçamentária de 2011, 3 mil esportistas.
A dotação orçamentária do Ministério do Esporte para 2011 ainda será ampliada. Isso porque os parlamentares irão propor emendas ao orçamento, principalmente relacionadas à infraestrutura esportiva, como acontece todo ano. O projeto de lei orçamentária para 2010 encaminhado pelo Executivo ao Congresso no segundo semestre de 2009, por exemplo, previa R$ 407 milhões ao Ministério do Esporte neste ano. Após tramitar no Legislativo, o valor subiu para quase R$ 1,6 bilhão.
Apesar do volume elevado, a execução do orçamento da pasta registrada nos últimos anos passou longe da ideal. Do R$ 1,6 bilhão autorizado para uso do Ministério do Esporte neste ano, apenas R$ 485 milhões foram desembolsados até agora, ou seja, 30% do total. Em 2009, a situação foi semelhante. Somente R$ 579 milhões do R$ 1,5 bilhão previsto (37% do total) foram aplicados entre janeiro e dezembro, incluindo os chamados “restos a pagar”, empenhos (reservas) rolados para exercícios seguintes.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do Ministério do Esporte, mas até o fechamento da matéria não houve retorno.
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