sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Antes tarde do que nunca...

Apenas hoje li a notícia que o Prof.Lino Martins vinculou em seu Blog, sobre a defesa de dissertação de seus orientados que concluíram o Mestrado em Ciências Contábeis da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, em 2010. Como nuncá é tarde para dar uma ótima notícia, mesmo que seja antiga, segue o link. Gostaria também de agradecer ao Prof.Lino, por toda a sapiência e paciência conosco, seus orientados. Para quem pensa em fazer um curso de Mestrado, tenham em mente que este será um período em que dificuldades virão, mas o que fica é o aprendizado. Se cabe aqui dar uma opinião, vale a pena!


domingo, 5 de dezembro de 2010

Modernização da Contabilidade Pública

"A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original". A frase, do físico Albert Einstein, explica o salto que o Brasil dará com o processo de modernização da contabilidade pública, que vem sendo gestado para entrar em vigor a partir do ano que vem, na União; em 2012, nos Estados; e, em 2013, nos municípios. A gestão pública deixará de ter o orçamento como única peça de controle e começará a elaborar - e divulgar - balanços orçamentário, financeiro e patrimonial, assim como demonstrativos de variações patrimoniais, de fluxo de caixa e de resultado econômico. É uma verdadeira revolução.

As recém-criadas Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público valorizam uma nova mentalidade. Trata-se de uma contabilidade que também leva em conta os custos das ações de cada gestor, que hoje trabalham com a visão no orçamento, executado entre 1º de janeiro e 31 de dezembro. O modelo atual não estimula a que se pense no valor dos gastos feitos, não há noção de custo. O dinheiro está empenhado para ser gasto.

Voltando à frase de Einstein, a "nova ideia" foi a adoção, pela iniciativa privada, de princípios contábeis convergentes às normas internacionais de contabilidade (as IFRS, ou International Financial Reporting Standards). Assim como as empresas entenderam que era importante mostrar seus resultados de maneira transparente e com critérios que permitissem comparar desempenho com companhias de outros países, o governo também percebeu o valor da informação isenta para a gestão pública.

A partir de 2011, a administração pública brasileira adotará regras moldadas com base em padrões internacionais. No momento em que precisamos atrair investimentos estrangeiros para realizar a Copa do Mundo e as Olimpíadas, a transparência vale ouro. Os investidores tomam decisões baseadas em estatísticas e projeções. Tornar os números brasileiros inteligíveis internacionalmente deverá facilitar a captação de recursos.

O maior avanço na contabilidade pública se dará pela consolidação e padronização das estatísticas patrimoniais, orçamentárias e fiscais em todas as instâncias de governo. Da forma como é feita hoje, a contabilidade se resume ao controle da aplicação dos recursos previstos no orçamento, como mera prestação de contas. A verdadeira contabilidade implica em sistemas de custos, indicadores de desempenho e avaliação patrimonial, que permitem extrair análises qualitativas dos gastos e servem como instrumento de tomada de decisão.

O balanço patrimonial - até hoje inexistente - prevê não só a catalogação dos bens como a reavaliação dos ativos imobilizados: desde as frotas de veículos até os prédios públicos, passando pelas estradas e, por que não, as florestas nacionais. Um veículo adquirido há dez anos tem, hoje, apenas uma fração do valor de compra. Um prédio de meio século pode ter se valorizado enormemente.

Outra alteração que vai revolucionar a contabilidade governamental e criar instrumentos para que os gestores comecem de fato a gerir os recursos públicos - e não apenas executar o orçamento - diz respeito à forma de registrar o ingresso de receitas. Atualmente, a contabilidade pública registra a entrada de receitas apenas quando elas ingressam nos cofres públicos, enquanto que as despesas seguem o regime de competência. Não há registro de ingressos futuros nem previsão de gastos, a não ser os constantes do orçamento de cada ano. Exemplo: os precatórios não constam dos balanços como dívidas da União, dos Estados ou dos municípios e só são incluídos no orçamento quando são efetivamente pagos. Isso quer dizer que, hoje, a contabilidade olha apenas o exercício em curso, sem atentar para os reflexos futuros dos atos públicos.

A verdadeira contabilidade preza a continuidade. O regime de competência para receitas e despesas e o controle patrimonial fornecerão à administração pública instrumentos de gestão vitais. O lançamento da receita de impostos pelo ano de competência (independente de o contribuinte ter feito o recolhimento) vai permitir que a gestão pública tenha uma previsão do total a ser auferido. O mesmo vale para despesas, que serão contabilizadas pelo ano em que deveriam ter sido feitas. Em linguagem empresarial, isso significa ter controle de contas a pagar e a receber. A elaboração de demonstrações dos fluxos de caixa permitirá que os governos avaliem as ações no longo prazo, projetando se terão condições financeiras de manter ou ampliar seus serviços. Trata-se de uma ferramenta de planejamento estratégico.
 
O desafio é enorme. Mas, ao final, terá valido a pena e os novos controles serão instrumentos valiosos para o trabalho de fiscalização dos tribunais de contas e da sociedade. A uniformização da contabilidade e a adoção das boas práticas governamentais vão ajudar a eliminar o maior aliado da ineficiência e da corrupção, que é a falta de procedimentos e de transparência.
 

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Vou para o Sri Lanka!

O Sri Lanka, antigamente conhecido como Ceilão, é uma ilha asiática, situado ao lado da Índia. Possui uma população de 21 milhões de habitantes e um PIB per capital de 4 mil dólares. Até recentemente, o país convivia com uma guerra civil brutal.


Dos 20 milhões de habitantes, dez mil são contadores certificados. Isto significa um contador para cada dois mil habitantes. Para se ter uma idéia, no Brasil seriam 400 mil contabilistas certificados ou seja um para cada 450 habitantes. Para chegar a mesma proporção do Brasil, o Sri Lanka deveria ter quatro vezes mais contadores.

Esta é uma meta razoável a médio prazo. Atualmente estão matriculados 30 mil alunos, segundo o Sri Lanka Institute of Chartered Accountants.

Agora, uma surpresa: os contadores do Sri Lanka estão fazendo a contabilidade de grandes empresas mundiais, como o HSBC e a Aviva. Além da folha de pagamento, os contadores do Sri Lanka estão fazendo trabalhos mais avançados de contabilidade como precificando derivativos.

Para fazer este trabalho, a remuneração média anual é de 5.900 dólares, segundo o Chartered Institute of Management Accountants. Transformado em reais, isto significa cerca de dez mil reais por ano ou 835 reais por mês. Quando se compara com os Estados Unidos, uma economia de 90%. Quando a comparação é com o profissional brasileiro, o que se paga para um contador do Sri Lanka corresponde a 35% da remuneração do contador brasileiro.

Fonte: Contabilidade Financeira

terça-feira, 30 de novembro de 2010

1º Exame de Suficiência

29/11/2010

Publicado o edital do primeiro Exame de Suficiência
Comunicação CFC

No período de 10 de janeiro a 11 de fevereiro de 2011 estarão abertas as inscrições para a primeira edição do Exame de Suficiência da área contábil, que será realizada no dia 27 de março, na mesma data e horário em todo o Brasil - das 8h30 às 12h30, horário de Brasília-DF. O detalhamento das informações sobre o processo de inscrições e as normas para a realização das provas estão no edital Exame de Suficiência nº 01/2010, publicado hoje (29/11) pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) no Diário Oficial da União. O Exame será aplicado duas vezes ao ano, segundo a Resolução CFC nº 1.301/2010.

O Exame de Suficiência foi instituído pela Lei nº 12.249/2010, que alterou o artigo 12 do Decreto-Lei nº 9.295/46. De acordo com a nova redação, esse artigo estabelece que os profissionais contábeis somente poderão exercer a profissão mediante os seguintes requisitos: conclusão do curso de Bacharelado em Ciências Contábeis ou de Técnico em Contabilidade, aprovação em Exame de Suficiência e registro no Conselho Regional de Contabilidade (CRC).
Para a aplicação da primeira edição de 2011, o CFC contratou a Fundação Brasileira de Contabilidade (FBC). O Exame será constituído de duas modalidades de provas: uma para bacharéis em Ciências Contábeis e outra para técnicos em contabilidade. Segundo o Edital, somente poderão se inscrever no Exame candidatos que tenham efetivamente concluído os cursos.
As inscrições deverão ser efetuadas no site da FBC (http://www.fbc.org.br/) e dos Conselhos Regionais de Contabilidade de cada estado. A taxa de inscrição é de R$ 100,00.

As cidades e os locais de realização das provas serão informados aos candidatos até o dia 25 de fevereiro de 2011, por meio do sistema de inscrição. O Edital especifica que o CFC, se não houver número suficiente de candidatos nas cidades constantes do local de inscrição, poderá mudar a realização das provas para cidades vizinhas.
Entre as normas estabelecidas no Edital para a realização das provas, consta que será permitido o uso de máquina calculadora, desde que o modelo não possua sistema de armazenamento de texto. As provas serão compostas, cada uma, por 50 questões objetivas, valendo um ponto cada item. Será considerado aprovado o candidato que acertar, no mínimo, 50% do total das questões.
As áreas abrangidas nas provas são:

Para técnico em contabilidade: Contabilidade Geral, Contabilidade de Custos, Noções de Direito, Matemática Financeira, Legislação e Ética Profissional, Princípios de Contabilidade e Normas Brasileiras de Contabilidade e Língua Portuguesa Aplicada.

Para bacharel em Ciências Contábeis: Contabilidade Geral, Contabilidade de Custos, Contabilidade Aplicada ao Setor Público, Contabilidade Gerencial, Noções de Direito, Matemática Financeira e Estatística, Teoria da Contabilidade, Legislação e Ética Profissional, Princípios de Contabilidade e Normas Brasileiras de Contabilidade, Auditoria Contábil, Perícia Contábil, Controladoria e Língua Portuguesa Aplicada.

Fonte: CFC

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

CPMF de novo...

Logo após o segundo turno das eleições deste ano, que revelou Dilma Rousseff como a nova presidente da República, começaram discussões públicas sobre a volta de um tributo nos moldes da CPMF (Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira).


O problema é que isso não agradou em nada os contribuintes. Enquete do portal InfoMoney revelou que 90,3% dos internautas deram nota zero às discussões sobre o assunto. No total, 1.206 usuários responderam à pergunta “Que nota você dá para as discussões sobre a volta da CPMF”.

No outro extremo, 4,31% dos internautas deram nota dez às discussões sobre a volta do tributo, o segundo maior percentual identificado na enquete.

Resultados
Confira, abaixo, a quantidade de respostas para cada nota:

"Que nota você dá para as discussões sobre a volta da CPMF?"

Nota              Respostas

0                    90,30%
1                    0,91%
2                    1,49%
3                    0,25%
4                    0,41%
5                    0,50%
6                    0,41%
7                    0,58%
8                    0,41%
9                    0,41%
10                  4,31%
Fonte: Enquete InfoMoney

Saiba mais
A CPMF, que tinha alíquota de 0,38%, foi extinta a partir de 2008. Na época, o governo aumentou o IOF (Imposto sobre operações financeiras), como forma de compensar a perda.

Também foi discutida a criação da CSS (Contribuição Social para a Saúde), tendo em vista que a contribuição anterior era destinada ao setor de saúde, que ficaria sem esses recursos com o fim da cobrança. Porém, a proposta está parada, aguardando análise no Congresso Nacional, como parte da regulamentação da Emenda 29, que garante recursos para a área de saúde.

Agora, após a eleição da nova presidente do Brasil, o assunto voltou à tona. No entanto, um novo tributo teria grande peso no bolso do contribuinte.

Para se ter uma ideia, a volta da cobrança de um tributo nos moldes da CPMF, com alíquota de 0,38% sobre a movimentação financeira, faria com que a arrecadação per capita aumentasse 5%, para R$ 7.035, ante os R$ 6.700 previstos para este ano.

Os cálculos, feitos pelo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário), levam em conta a contribuição que a CPMF trazia para a arrecadação total e a previsão para este ano da soma dos tributos pagos pelos brasileiros.

Fonte: Contabilidade e Controladoria

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Governo não precisa de CPMF

O governo não precisa recriar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) para fortalecer as finanças públicas. O tributo foi extinto em 2007, mas isso não impediu que, nos anos seguintes, a arrecadação federal continuasse crescendo em ritmo forte. A perda da CPMF, que em seu último ano de vigência recolheu quase R$ 40 bilhões aos cofres públicos, também não fez Brasília conter a acelerada expansão dos gastos.

Em 2008, o primeiro ano sem CPMF, o governo federal arrecadou R$ 675,3 bilhões (em valores de dezembro daquele ano). No último trimestre do ano, o Brasil foi fortemente atingido pela crise financeira mundial e a economia praticamente parou. Ainda assim, o governo arrecadou, em termos reais (já considerado o efeito da inflação), R$ 43 bilhões a mais do que conseguira em 2007 (ver tabela).

Aquele resultado, expressão de um crescimento real de 6,81%, mais do que compensou a perda da CPMF. Lembre-se que, na ocasião, o governo aumentou a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), arrecadando, em 2008, 145,6% a mais com esse tributo do que havia feito no ano anterior.

Em 2009, por causa da crise mundial, a arrecadação total da União recuou 3,05% em relação a 2008. Em 2010, no entanto, com o Produto Interno Bruto (PIB) voltando a crescer de forma robusta, a máquina arrecadadora tornou a bater recordes de recolhimento de impostos - de janeiro a setembro, as receitas cresceram 12,23%, em termos reais, ou R$ 60,8 bilhões a mais do que no mesmo período de 2009.

Fim do tributo não inibiu aumento de gastos públicos

A economia brasileira deve crescer 7,5% este ano, segundo projeção do Ministério da Fazenda. É bem provável que, apesar da piora no cenário internacional, o PIB siga crescendo em ritmo acelerado em 2011 e, possivelmente, nos anos seguintes. As expectativas oficiais e de mercado apontam para uma expansão anual média entre 4,5% e 5% nesse período. Esta tem sido a média desde 2007, com a exceção justificada de 2009, por causa dos efeitos da crise internacional (naquele ano, o PIB encolheu 0,2%).

Como o sistema tributário brasileiro é pró-cíclico, é razoável supor que as receitas continuarão crescendo de maneira vigorosa nos próximos meses e anos. Nesse contexto, fica difícil para o novo governo justificar a proposta de recriação da CPMF. Durante a campanha, a presidente eleita, Dilma Rousseff, rejeitou essa possibilidade, mas, agora, admite negociá-la. Se fizer isso, certamente gastará, já no início do seu mandato, parte do capital político que recebeu das urnas.

Quando o Congresso rejeitou a prorrogação da CPMF, o governo Lula tinha duas alternativas para compensar a perda do tributo: aumentar alíquotas de outros impostos ou cortar gastos para adequar o orçamento à nova realidade. Sem pestanejar, optou pela primeira e fez o oposto do recomendável em relação à segunda. Seguiu o caminho mais fácil do ponto de vista político.

Dados do Tesouro Nacional mostram que em 2008, o ano em que já não podia contar com o dinheiro da CPMF, o governo aumentou o gasto com pessoal em mais de R$ 14 bilhões - infelizmente, o Tesouro divulga seus valores em termos nominais; uma atualização monetária mostraria números mais polpudos. Naquele mesmo ano, a despesa previdenciária também cresceu R$ 14 bilhões.

Em 2009, ano de crise e de recessão no Brasil, o governo não se constrangeu em novamente aumentar a despesa de pessoal, e desta vez de maneira mais generosa - o dispêndio cresceu R$ 21 bilhões. O gasto com a Previdência Social também teve outro salto - de R$ 25 bilhões. Em 2010, até setembro, pessoal já havia crescido R$ 10 bilhões em relação a 2009 e Previdência, R$ 22 bilhões.

É importante lembrar que, apesar dos méritos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a evolução do investimento público federal no período mencionado foi tímida. Entre 2007 e 2009, segundo dados do Ministério da Fazenda, o salto dessa despesa foi de apenas 0,3% do PIB (pouco mais de R$ 10 bilhões).

Quanto mais o governo mostra disposição para gastar, menor é a propensão da sociedade em aceitar a criação de novos impostos. A carga tributária do Brasil já é a maior do mundo em desenvolvimento e a queda da CPMF refletiu justamente o esgotamento dos brasileiros com essa situação. Se o Estado pelo menos oferecesse, em troca, serviços compatíveis com o volume de impostos cobrados...
 
Fonte: Contabilidade Controladoria

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Orçamento do Ministério do Esporte triplicará em 2011

Leandro Kleber, do Contas Abertas
 
Enquanto o país se prepara para a Copa do Mundo de 2014 - já com atraso na avaliação da Fifa -, o orçamento da União de 2011 prevê montante recorde de recursos ao Ministério do Esporte. De acordo com a proposta encaminhada pelo governo ao Congresso Nacional, a última elaborada pela equipe do presidente Lula, a pasta terá quase R$ 1,3 bilhão para pagar pessoal, despesas correntes (contratações de terceirizados, água, luz, telefone) e investimentos (execução de obras e compra de equipamentos) no próximo ano. O valor, que será ampliado depois de receber emendas parlamentares, é o triplo do previsto inicialmente pelo governo para 2010 e o maior já projetado durante a era Lula.
O aumento se dá principalmente no programa Brasil no Esporte de Alto Rendimento, o Brasil Campeão, que visa financiar atletas por meio de bolsas, promover eventos esportivos e preparar equipes para campeonatos. Em 2010, o orçamento inicial previsto do programa foi de R$ 67,7 milhões, enquanto para 2011 a estimativa é desembolsar R$ 843 milhões, 12 vezes mais.

Só com atividades e projetos de infraestrutura, preparação e organização dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio de Janeiro de 2016, o Ministério do Esporte prevê R$ 452 milhões. Outros R$ 80 milhões serão destinados a ações da Copa do Mundo de 2014 e R$ 40 milhões, ainda do Brasil Campeão, serão concedidos a atletas por meio de bolsas. O valor, o dobro do projetado para 2010, beneficiará, segundo a proposta orçamentária de 2011, 3 mil esportistas.

A dotação orçamentária do Ministério do Esporte para 2011 ainda será ampliada. Isso porque os parlamentares irão propor emendas ao orçamento, principalmente relacionadas à infraestrutura esportiva, como acontece todo ano. O projeto de lei orçamentária para 2010 encaminhado pelo Executivo ao Congresso no segundo semestre de 2009, por exemplo, previa R$ 407 milhões ao Ministério do Esporte neste ano. Após tramitar no Legislativo, o valor subiu para quase R$ 1,6 bilhão.

Apesar do volume elevado, a execução do orçamento da pasta registrada nos últimos anos passou longe da ideal. Do R$ 1,6 bilhão autorizado para uso do Ministério do Esporte neste ano, apenas R$ 485 milhões foram desembolsados até agora, ou seja, 30% do total. Em 2009, a situação foi semelhante. Somente R$ 579 milhões do R$ 1,5 bilhão previsto (37% do total) foram aplicados entre janeiro e dezembro, incluindo os chamados “restos a pagar”, empenhos (reservas) rolados para exercícios seguintes.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do Ministério do Esporte, mas até o fechamento da matéria não houve retorno.

O perfil do profissional contábil

De: Contabilidade e Controladoria

Foi-se o tempo do "guarda-livros". As funções meramente burocráticas estão cedendo espaço para profissionais mais arrojados, que desejam aproximar informações e utilidade gerencial.

Sabe-se que cursar quatro anos do ensino superior e registrar-se no CRC é apenas o início da caminhada do Contador. O mercado procura um perfil dinâmico, um profissional que se atualize constantemente e seja um auto-didata.

A globalização e a necessidade de inovações constantes levam os empregadores a contratar pessoas pró-ativas, com senso de responsabilidade e capacidade de se manterem atualizadas diante do caos legislativo que se verifica no Brasil.

A avalanche de informações que o governo exige das empresas é um indicativo que não basta apromoramento técnico, sendo necessário o contabilista compreender e comunicar-se dentro e fora da organização, visando adaptar tais exigências. Mensalmente, os governos federal, estaduais e municipais despejam nos diários oficiais dezenas de decretos, regulamentos, atos administrativos, instruções normativas, etc.

Diante de tal sobrecarga, o contabilista necessita focar situações estratégicas, estar preparado para ser um gerente de informações. Cada vez mais é comum as empresas consultarem os profissionais contábeis sobre composição de seus custos, para formação seu preço de venda, análise de ponto de equilíbrio, alavancagem, análises do balanço e outras situações gerenciais. Mas, preocupado em atender as inúmeras exigências principais e acessórias dos fiscos, o contador às vezes não dispõe de tempo para situações que demandam análises estratégicas, o que o tornaria, de fato, um gestor de informações.

Muitas faculdades de Ciências Contábeis ainda não despertaram para o fato de que existe uma necessidade imediata em formar contadores com pensamento de gestores e não somente operacionais, relegando a concentração de idéias a segundo plano.

Os contabilistas têm tudo para serem extremamente importantes nas organizações, pois, além de suas funções tributárias (o que, por si só, já o remetem a administrar quase 40% do faturamento de uma empresa), poderão trazer para a organização um leque de análises, informações e idéias que podem significar a diferença entre o sucesso e o fracasso empresarial. Num mundo competitivo e global, quem errar em custos e formação de preços, fluxo de caixa e gestão de crédito, está fadado ao fracasso.

O contador gerencial é definido pelo IFAC - International Federation of Accouting (Federação Internacional de Contabilidade) como um profissional que: "...identifica, mede, acumula, analisa, prepara, interpreta e relata informações (tanto financeiras quanto operacionais) para uso da administração de uma empresa, nas funções de planejamento, avaliação e controle de suas atividades e para assegurar o uso apropriado e a responsabilidade abrangente de seus recursos".

Tão importante saber como se comportou a empresa no passado, com base nas informações da contabilidade financeira, também interessa ao empresário saber o que fazer no futuro, traçar estratégicas para situações de dificuldades a serem enfrentadas, fazer um planejamento das atividades, elaborar seu fluxo de caixa, executar um orçamento de vendas, enfim, utilizar-se da contabilidade como ferramenta de gestão empresarial. O profissional contábil que for bem mais além que registrar os atos e fatos administrativos certamente poderá atender essa demanda, tornando-se um contador gerencial.

Além de conhecimento legislativo (normas tributárias, como o Regulamento do Imposto de Renda, e normas societárias, como a Lei 6.404/76), o contabilista precisa estar atualizado com recursos tecnológicos da computação, e conhecer as normas contábeis, tanto nacionais como internacionais. Estas últimas já serão obrigatórias para os balanços de 2.010, e o início da adaptação aos balanços para empresas brasileiras já começou com a Lei 11.638/2007. Novas normas seguirão, exigindo do profissional um perfil cada vez mais autodidata para acompanhar a evolução da Ciência Contábil.

Entre as análises das demonstrações contábeis oriundas da contabilidade financeira fazem parte do pacote da contabilidade gerencial: análises de desempenho, análises horizontais e verticais, análises através de índices (liquidez, endividamento e rentabilidade) e análise de custo/volume//lucro.

O profissional contábil, ainda que seja difícil, pode delegar mais atribuições rotineiras a assistentes enquanto que ele poderia certamente contribuir ativamente com seus conhecimentos contábeis e gerenciais com os novos rumos da organização. É a diferença para que possa projetar-se como um profissional útil e bem remunerado, reconhecido na organização que atua.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Setor público: Adoção de novas regras passa a valer a partir de 2012

De: Blogabilidade


O debate sobre contas públicas, um dos mais quentes em períodos de eleição, deve ganhar novos contornos a partir da próxima legislatura, com a mudança das normas de contabilidade do setor público para o padrão internacional. O ritual será semelhante ao vivido pelo meio empresarial com o padrão de contabilidade do setor privado (o chamado IFRS), mas nesse caso as normas do setor público recebem o nome de Ipsas.

Ao tirar o foco apenas do resultado fiscal, simbolizado pelo famoso superávit primário, esse novo padrão dará maior visibilidade à situação patrimonial de União, Estados e municípios. De um lado, os ativos, muitas vezes registrados por valores irrisórios, passarão a ser contabilizados por um valor mais próximo da realidade. De outro, passivos como compromissos atuariais com regimes próprios de previdência também terão quer calculados e registrados no balanço, o que poderá revelar rombos que até agora estão escondidos.

Embora a adoção obrigatória das normas internacionais só comece em 2012 para a União e Estados e em 2013 para os municípios, alguns entes federativos já estão em processo avançado de transição e podem antecipar parte do processo já em 2011, o que é permitido legalmente a partir de 2010.

Esse pode ser o caso de Santa Catarina, do Acre, de Pernambuco e de Recife, por exemplo. Para dar a largada à convergência, eles aguardam que a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) divulgue um plano de contas mais estabilizado para o setor público, o que está previsto para outubro.

Em termos formais, o demonstrativo financeiro de uma entidade do setor público vai se parecer mais com aquele publicado pelas empresas nos jornais, com balanço patrimonial, demonstração de resultado do exercício e demonstração de mutação do patrimônio líquido. Assim como é feito pelas empresas, as receitas e despesas serão lançadas obrigatoriamente pelo regime de competência e não de caixa. Hoje o setor público usa um sistema misto, que combina os dois modelos, com prevalência do regime de caixa para as receitas.

Segundo Sergio Romani, sócio de auditoria da Ernst & Young, pelo modelo atual o patrimônio do governo não aparece. "Os ativos do setor público são muito antigos e estão registrados por valores irrisórios. Com o IFRS do setor público, isso vai mudar", afirma o especialista, destacando que isso pode ser importante, por exemplo, no momento da contratação de um empréstimo em organismos internacionais como Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). "Eles olham o fluxo de caixa, mas também quanto o empréstimo representa do patrimônio líquido", diz.

Além dos ativos como prédios, participações em empresas, máquinas, equipamentos, móveis e terrenos, as normas internacionais de contabilidade também preveem que os bens de uso público como praças, florestas, rios e rodovias tenham seu valor calculado e registrado no balanço do governo.

O conhecimento sobre o valor desses bens deve servir não apenas para que se tenha um registro confiável do patrimônio, mas para ajudar a tomar decisões políticas. "Quando um governo faz uma concessão de rodovia ou privatiza um bem e compara com o custo histórico registrado, ele sempre tem lucro. Mas pode ser que se tenha perdido dinheiro com uma privatização", explica Romani.

Outra novidade considerada importante por Joaquim Liberalquino, coordenador do grupo de trabalho do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) que cuida do processo de convergência de normas do setor público, será a prática de depreciação, amortização e exaustão dos bens, depois que eles forem reavaliados.

Segundo ele, isso dará uma visão mais real dos custos envolvidos no setor público. "Hoje se diz que o custo de determinado atendimento de saúde é de R$ 5, por exemplo, mas a depreciação do hospital e das instalações não está incluída. Como a depreciação não é orçada, as pessoas constroem, fazem as obras, mas para manter a qualidade depois fica muito difícil, sem saber o custo de reposição", afirma.

Na mesma linha, o diretor de contabilidade geral da Secretaria da Fazenda de Santa Catarina, Wanderlei Pereira das Neves, diz que é preciso quebrar o paradigma orçamentário e financeiro que predomina na análise das contas públicas. "Um governo pode ter superávit, mas estar perdendo patrimônio pelo abandono de suas instalações", afirma. "Para o dono de uma empresa, não interessa só a receita e a despesa. Ele quer saber se o patrimônio líquido está subindo ou diminuindo", acrescenta.

Da mesma forma, ele diz que a visão sobre determinados gastos pode mudar. "As pessoas dizem que o governo aumentou a despesa com custeio. Mas isso não necessariamente é ruim porque você pode estar melhorando a qualidade do serviço publico. Se o governo faz uma compra grande de medicamentos, isso pode ter virado estoque, e não uma despesa. Essa mudança de conceito tem que ser bem trabalhada", explica Neves.

O responsável pelos balanços de Santa Catarina conta que foi publicado, em 10 de agosto, um primeiro decreto para criar um grupo de trabalho para coordenar o processo de convergência contábil no Estado. Um segundo decreto deve sair nos próximos dias autorizando o início da avaliação dos bens. "Tão logo o decreto esteja publicado, os engenheiros vão começar o trabalho", afirma, reconhecendo que o procedimento completo deve demorar mais de três anos.

Santa Catarina, adiantando-se em algumas medidas que devem virar regra no novo padrão contábil, já registra no balanço o passivo atuarial com o regime próprio de previdência do Estado. A dívida previdenciária de R$ 28,8 bilhões é a principal responsável por Santa Catarina ter encerrado 2009 com um patrimônio líquido negativo de R$ 32,8 bilhões. Os ativos, no entanto, ainda não foram reavaliados. Além disso, ao contrário da maior parte dos entes federativos, o Estado faz provisão quase integral para a dívida ativa em função do difícil processo de cobrança.

Segundo Liberalquino, do CFC, no novo modelo os governos terão que fazer teste de imparidade da dívida ativa e de outros bens. Se o valor contábil for muito maior do que o considerado justo ou recuperável, haverá uma baixa no valor do ativo. Ainda segundo o técnico, a questão da dívida atuarial dos regimes próprios pode criar embaraços ligados à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), já que se ultrapassaria o limite de endividamento máximo permitido para Estados e municípios. "Teria que haver um limite exclusivo para dívida previdenciária, diferente da dívida mobiliária com a União e da dívida financeira", diz Liberalquino.

Neves, de Santa Catarina, diz que o reconhecimento feito dessa dívida no seu passivo não tem sido considerado para efeito da LRF.

Migração para norma internacional ocorre em vários países

A decisão de mudar o padrão contábil do setor público veio no mesmo contexto da edição da lei 11.638, no fim de 2007, que deu a largada para que as empresas abertas fossem obrigadas a mudar o sistema de contabilidade para o modelo internacional, conhecido como IFRS. Quem explica é Nelson Machado, secretário-executivo do Ministério da Fazenda. "Como a ideia era ter uniformização das normas para o setor privado, conversamos com o CFC [Conselho Federal de Contabilidade] e achamos que era adequado seguir o mesmo caminho", diz o secretário, destacando a importância de se ter demonstrativos comparáveis aos de outros países.

Apesar de estar inspirado na migração do setor privado para o IFRS, o processo de adoção de normas internacionais de contabilidade pelo setor público tem algumas diferenças. A principal delas é que as empresas brasileiras estão adotando o IFRS a partir deste ano, depois de dezenas de países europeus e do resto do mundo já trabalharem com esse novo modelo, hoje obrigatório em mais de cem países. No caso das Ipsas, como são chamadas as normas internacionais para o setor público, a adoção pelo Brasil será feita ao mesmo tempo em que outros países ou estados autônomos estão migrando.

Um estudo da Ernst & Young com 19 jurisdições mostra que as Ipsas são usadas atualmente pelos governos centrais do Reino Unido, da França, da Suécia, da Suíça e da Lituânia, enquanto Holanda e Noruega estão em processo de convergência. Outros países como Portugal, Espanha, Áustria, Dinamarca e Finlândia não adotam as Ipsas, mas já usam um modelo contábil todo no regime de competência. Na Bélgica e na Itália, há uma migração do regime de caixa para competência. Grécia e Alemanha usam o sistema de caixa e não possuem plano de mudar as regras.

O estudo mostra que, no geral, existe uma tendência de se adotar o regime de competência, mas nem sempre o modelo Ipsas. Entre os países que adotaram o sistema internacional, o principal argumento foi o de que criar um novo modelo seria como reinventar a roda. Já entre os que não escolheram o padrão uniformizado, o motivo mais frequente é ter usado como base o modelo contábil local empresarial.

Na Europa o padrão IFRS é usado apenas para os demonstrativos consolidados, e não para os balanços individuais, que produzem efeitos fiscais. No Brasil, a norma internacional vale para os dois tipos de balanço, embora também não exista efeito fiscal.

Segundo Nelson Machado, da Fazenda, o Brasil não vai simplesmente adotar as regras que forem emitidas pelo Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade para o Setor Público (Ipsasb, na sigla em inglês). "Pode haver normas que não nos interessem", afirma o secretário, acrescentando que sempre haverá prazo para adaptação.

Atualmente, existem 31 Ipsas emitidas, sendo que as dez principais foram traduzidas e publicadas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) no Brasil. São essas dez normas que passam a valer a partir de 2012 para a União e Estados e em 2013 para os municípios.

Ao contrário do IFRS, quando todas as mudanças precisam ser feitas de uma única vez, no setor público há o entendimento de que o processo de avaliação de bens, por exemplo, poderá ser feito ao longo do tempo, diante da dificuldade do trabalho.

Embora receba pouca atenção de economistas, políticos e da mídia, o Ministério da Fazenda divulga todos os anos um balanço contábil da União, incluindo a administração direta, indireta, fundos etc. Ao fim de 2009, o patrimônio líquido do governo federal era de R$ 350 bilhões, enquanto os ativos reais somavam R$ 2,81 trilhões, o equivalente a menos do que uma vez o Produto Interno Bruto (PIB) do país. (FT)

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Sinergia

Texto interessante sobre sinergia, que li no blog Contabilidade Financeira. Unir forças é o caminho para o desenvolvimento.

A oferta de aquisição do Burger King apresentada ontem por um grupo de investimento de capital brasileiro, assim como a aquisição da Anheuser-Busch (há dois anos e envolvendo alguns dos mesmos investidores), é uma dessas transações emblemáticas que parecem simbolizar o surgimento de um novo protagonista nos negócios mundiais.
Mas isso era previsível já há um bom tempo. O crescimento da economia brasileira nos últimos anos criou toda uma classe de prósperos empreendedores em busca de oportunidades de investir suas fortunas e que não se deixam assustar pela ideia de tentar a sorte além das fronteiras brasileiras.
Tradicionalmente, os negócios brasileiros sempre foram dominados por uma elite muitas vezes cautelosa, radicada em São Paulo, o polo industrial e financeiro do país. Mas a disparada econômica dos dez últimos anos mudou o quadro.
Segundo o Boston Consulting Group, entre 2006 e 2008 o número de milionários brasileiros subiu em quase 70%, de 130 mil para 220 mil. É um dado estatístico notável.
Com cerca de um sexto da população da Índia, outro membro dos Brics, o Brasil abriga mais milionários que o país asiático. E o clube dos bilionários, ainda mais exclusivo, também vem crescendo em ritmo sem precedentes no Brasil.
Jorge Paulo Lehman, figura importante na aquisição da Anheuser-Bush e na oferta pelo Burger King, é um executivo de investimento bem preparado, educado em Harvard, filho de imigrantes suíços. Mas muitos dos novos ricos brasileiros são pessoas de origens mais rústicas e enriqueceram depois de começar a vida humildemente, seguindo um modelo bastante familiar aos americanos.
A companhia de aviação TAM, que em agosto anunciou fusão com a LAN Chile e se tornará a maior empresa do setor na América Latina, foi criada nos anos 70 como uma modesta empresa de carga aérea.
A força propulsora no caso da TAM foi Rolim Amaro, um antigo piloto de origem humilde e que comandou a empresa de maneira ousada e astuta até morrer em acidente de helicóptero em 2001.

FRIBOI
Mas talvez o mais intrigante e dinâmico dos novos empresários brasileiros seja Joesley Batista, que começou a trabalhar ainda menino no açougue do pai, em Goiás, e hoje comanda a JBS-Friboi, a maior empresa global de processamento de carne.
Quando o Brasil passou por uma crise cambial, em 1998 e no começo de 1999, Batista e seus irmãos entenderam o momento não como ameaça, e sim como oportunidade de ganhar o mercado de exportações, e obtiveram empréstimos no BNDES para colocar a ideia em prática.
Capital adicional foi levantado por uma oferta pública inicial de ações e, em 2007, a JBS-Friboi tomou o controle da Swift, outra marca americana conhecida. Em 2009, acrescentaram a Pilgrim's Pride à sua lista, e isso ajudou sua empresa a superar a Tyson Foods e chegar à liderança no mercado mundial de processamento de carne.
Além disso, o hoje bilionário Joesley Batista afirmou que superar a Tyson Foods era apenas "o primeiro passo" de uma estratégia mais ampla que envolve fazer da JBS-Friboi uma potência também no ramo de leite e laticínios. Com isso, como prever o que pode acontecer?
Uma coisa fica clara, no entanto: o domínio brasileiro sobre todas as etapas do setor mundial de carne. O país já é o maior exportador mundial de carne bovina e agora, com a oferta pelo Burger King, disporá de mais um veículo para encorajar o consumo em todo o mundo.
Isso é que é sinergia.

Negócio aponta novo protagonista global - 3 Set 2010 - Folha de São Paulo - LARRY ROHTER - DO "NEW YORK TIMES" - Tradução de PAULO MIGLIACCI
 

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Conta de Lucros acumulados

Prática comum entre as sociedades anônimas, a conta usualmente denominada "lucros acumulados", por anos foi a ferramenta utilizada para retenção de lucros pelas companhias.
Com o advento das leis 10.303, de 2001, e principalmente da 11.638, de 2007, esse panorama foi, porém, parcialmente modificado.
A lei nº 10.303, ao inserir o parágrafo 6º no artigo 202 da Lei das Sociedades Anônimas (doravante simplesmente LSA), determinou que "os lucros não destinados" conforme os parâmetros legais deverão ser necessariamente distribuídos como dividendos.
A lei nº 11.638, avançando ainda mais na matéria, modificou o artigo 178 da LSA para excluir do patrimônio líquido a menção aos "lucros acumulados", gerando reflexos na destinação dos lucros das sociedades anônimas, e mesmo na das sociedades limitadas de grande porte, que pela lei estão obrigadas a adotar as disposições da LSA quanto à escrituração e elaboração de demonstrações financeiras.
Embora opinião dissonante em parcela da doutrina - nesse sentido, por exemplo, Modesto Carvalhosa, in Comentários à Lei de Sociedades Anônimas -, a verdade é que a legislação anterior previa sim a existência de tal conta, e era escorada na legislação, que um grande número de companhias distribuía aos seus acionistas somente o dividendo obrigatório, retendo o excesso na referida conta de lucros acumulados.
Com a modificação legislativa, alteração essa, aliás, que veio para consolidar aquilo que a CVM por anos defendeu (vide artigo 8º da Instrução Normativa nº 59, de 1986), as companhias passaram a ter de distribuir, sob a forma de dividendo, todo o lucro excedente às retenções legalmente previstas.
Contudo, uma análise acurada da legislação vigente revela que continuam existindo diferentes formas de se contornar essa suposta limitação legal. E isso, importante que se diga, se dá inclusive no interesse dos minoritários, já que uma distribuição integral do lucro do exercício geraria a descapitalização da própria companhia da qual eles são sócios.
Como alternativa, desde que se obedeçam aos parâmetros legais, as sociedades ainda podem criar, por exemplo, reservas de lucros em seus estatutos, ou mesmo elaborar orçamentos de capital para retenção de parte do lucro líquido.
Em relação à reserva de lucro estatutária, a destinação de uma parcela do lucro do exercício depende de que o estatuto determine expressamente sua finalidade, critérios que determinem a parcela anual a ser utilizada, e seu limite máximo.
Por outro lado, quanto aos orçamentos de capital, a LSA prevê que eles terão de ser anualmente revistos. Isso porque, havendo sobras orçamentárias, desapareceria o fundamento para retenção do lucro, passando a ser obrigatória a transferência de tais sobras para a conta de lucros acumulados e, até o fim do exercício financeiro, sua distribuição como dividendos, já que a supracitada conta somente poderá figurar em caráter transitório no patrimônio liquido das sociedades.
Além das configurações acima previstas, é importante que se traga à discussão, ainda, duas faculdades trazidas pela Lei nº 10.303.
A primeira, contida no parágrafo 2º do artigo 202 da LSA, permite às "companhias deliberar a distribuição de dividendo inferior ao obrigatório", ou mesmo de "todo o lucro líquido", desde que "não haja oposição de qualquer acionista presente" na assembleia.
E a segunda, contida no parágrafo seguinte do mesmo artigo, prevê a não obrigatoriedade da distribuição do dividendo obrigatório "no exercício social em que os órgãos da administração informarem à assembleia-geral ordinária ser ele incompatível com a situação financeira da companhia".
Tudo isso a demonstrar, pois, que, embora seja inegável que a partir da vigência das Leis 10.303 e 11.638 não mais se poderá destinar legalmente os resultados do exercício para a conta de lucros acumulados por período além do término do exercício social, momento no qual essa conta deverá ser zerada, a verdade é que, diversas são, ainda, as ferramentas de que as companhias poderão dispor para evitar a distribuição da integralidade dos resultados do exercício. E isso, conforme pretendemos ter ressaltado, pode ser algo salutar inclusive para os próprios sócios minoritários.

Retirado do Blog Contabilidade e Controladoria, em 26/ago/10
Fonte: Blog Contabilidade e Controladoria

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Pra pensar um pouco...

Salário dos profissionais de Contabilidade é o que mais cresceu em 2010.

Retirei o texto a seguir do Blog "Contabilidade e Controladoria"

Você fala inglês fluente, domina as novas normas contábeis, tem experiência de no mínimo cinco anos no setor financeiro e de contabilidade? Então, cheque seu holerite. Há grandes chances de você estar entre os profissionais que mais tiveram aumento salarial em 2010 com relação ao ano passado.
É o que aponta pesquisa divulgada pela consultoria Robert Half - confira a Tabela de Salários atualizada.
Os novos dados comprovam o que os especialistas martelavam desde o início do ano: o mercado de trabalho brasileiro está vivendo um momento de real aquecimento.
De acordo com o estudo, o setor de finanças e contabilidade apresentou as maiores valorizações salariais.
Um dos fatores para isso, de acordo com Fernando Mantovani, diretor de operações da Robert Half, é a adoção das novas regras de contabilidade e o aumento do número de empresas de capital aberto no país. (saiba mais na matéria O contador ideal que as empresas procuram).
Dessa forma, no ano passado, um controller que trabalhava em empresas de pequeno e médio porte recebia, em média, uma remuneração de 7 a 12 mil reais. Este ano, o salário desses profissionais pulou para 16 mil reais. Nas empresas de grande porte, o teto salarial para esse cargo pulou de 21 mil reais para 23 mil reais.
Na área de Marketing e Vendas, o destaque salarial fica para o cargo de gerente de desenvolvimento de negócios. Já na área de Tecnologia da Informação, ganharam mais valorização os profissionais que ocupam os cargos de Analista de Business Intelligence.
Em engenharia, profissionais da área de fusões e aquisições, além de setores ligados ao crédito, estão na lista de destaques. Por outro lado, em engenharia, a valorização salarial foi para o setor da construção civil.

Recém-formados
A ebulição do mercado, no entanto, não necessariamente se traduz num aumento da faixa salarial média de todos cargos. "As mudanças estão no meio da faixa salarial. Por exemplo, com o aumento da demanda, mais profissionais com menos experiência estão sendo promovidos", explica Fernando Mantovani, diretor de operações da Robert Half.
O setor de engenharia é um exemplo prático disso. Apesar do aumento da demanda por novos profissionais na área, alguns do setor tiveram um achatamento salarial. Isso se deve, em parte, à um processo de juniorização da categoria.
Diante da escassez de mão de obra qualificada, as empresas de engenharia estão apostando em profissionais recém-formados ou com pouca experiência no mercado.
Por conta disso, o piso salarial de um Engenheiro de Aplicação/ Processos caiu para a faixa de 2 a 2,5 mil reais. No ano passado, essa remuneração, em média, era de 2,5 a 3,5 mil reais.
"E isso não acontece porque as empresas estão querendo pagar menos", explica o diretor. "É porque não encontram profissionais com o perfil e experiência desejada".
Fonte: Portal Exame.

Qual o maior bem da empresa ?

Enio Salu, no Site Financial Web, fala sobre o que acha ser o maior bem da empresa.
(19/08/10)

É comum o questionamento sobre qual o bem mais valioso da empresa: tecnologia, colaboradores (funcionários), marca, capital ...
Somente alguns, digamos assim mais antigos (como eu), insere os contratos na lista.
Quando dizemos isso vemos o horror estampado no olhar da maioria das pessoas que ainda não entenderam a essência desta afirmação.
Vamos falar sobre fatos para discutir o assunto – nada de opiniões.
Nas últimas décadas, e principalmente no estado de desenvolvimento em que o Brasil se inseriu, não se pode questionar que a formalidade passou a ser a tônica dos negócios:
Uma empresa, mesmo a mais simples, inicia com um contrato: o contrato social. Tão exigido quanto à análise de crédito quando se deseja estabelecer uma relação comercial entre duas empresas;
Cada funcionário tem um contrato de trabalho. Apesar da teoria querer mascarar a realidade, em São Paulo por exemplo, os maiores salários costumam ter 2 contratos: o CLT e o PJ que complementa o que chamamos de CLT-Flex;
Para existir a empresa necessita estar em um local físico: contratos de aquisição, locação, condomínio e utilidades como água, energia, telefonia, etc.;
Empresas, virtuais ou não, tem contratos para hosting, e_mail, e_mail marketing, telefonia IP, e outros relacionados à ‘vida em Matrix’;
Para conforto dos colaboradores (e clientes) os contratos de manutenção do ar condicionado, limpeza, segurança, e outros serviços gerais;
Contratos de tecnologia se multiplicam: sistema, sistema operacional, banco de dados, links, antivírus e mais uma infinidade. E se multiplicam por 2: o contrato de suporte e o contrato de manutenção, que são coisas diferentes;
Contratos financeiros: plano de saúde dos colaboradores, seguro de vida, seguros patrimoniais, empréstimos, aplicações financeiras, leasing ... O CFO que geralmente tem procuração para formalizar contratos, sabe que quase 1/3 dos contratos são da sua própria área;
Tudo isso sem falar da outra infinidade de contratos de prestação de serviços e insumos relacionados ao ‘core’ da empresa: comprar, modificar e vender ou prestar serviço – os da Diretoria de Operações.
Mesmo se eliminarmos os contratos de trabalho dos colaboradores da lista a regra é que a empresa tem muito mais contratos do que funcionários.
O que mudou do final do século passado para cá na essência: os homens não usam mais bigode, e boa parte dos gestores são mulheres. O velho acordo no fio do bigode é coisa do passado. Hoje vale a máxima de ‘escrever e assinar pro caldo não entornar’ e ‘escreveu e não leu o pau comeu’.
Os acordos entre as empresas eram amadores, por várias razões, sendo as mais evidentes: o mercado agora oferece mais opções, a administração familiar foi sendo extinta como modelo de gestão, as empresas tiveram muitos problemas com a informalidade e a gestão jurídica evoluiu – os direitos passaram a ser mais respeitados (e exigidos).
Micro empresas tem dezenas de contratos ... pequenas e médias: centenas ... grandes: milhares !
Prova disso é que não se inicia um processo de fusão, cisão, abertura de capital, aporte de investimento ou coisas do gênero antes de analisar a carteira de contratos da empresa (os de fornecimento e os de aquisição). O passivo trabalhista é importante, mas a projeção da realização dos contratos vem em primeiro lugar.
‘Fala sério’: você investiria um tostão em uma empresa sem aferir os contratos dela (os ativos e os recém encerrados que podem estar em litígio ou risco iminente de ) ?
O que causa certa estranheza para quem (como eu) atua no mercado de consultoria em gestão de contratos é que a maior parte das empresas não se atentou para isso – o controle de um dos seus bens mais valiosos (senão o mais valioso) é amador.
O gestor da área de negócios, que sempre declarou não ter competência para gerir adequadamente pessoas, além de não possuir técnica adequada para gerir os contratos ainda ‘odeia os contratos’. Ao contrário dos funcionários com quem se relaciona regularmente (almoça, vai junto ao happy hour), quando se fala de contratos vê-se nos olhos que ele nem sabe onde estão – nem olha para eles e só se lembra dos infelizes quando uma demanda judicial ou um problema aflora.
As empresas precisam entender que os gestores de contratos precisam de ajuda !
Para gerir pessoas o gestor da área de negócios conta com o RH e com o Jurídico:
RH para resolver formalidades, contratar, demitir, instruir sobre a melhor forma de avaliar, manter o funcionário motivado e controlar obrigações legais;
Jurídico nas demandas e formalização.
Para gerir contratos:
Necessitam do Jurídico para a mesma coisa: demandas e formalização;
E necessitam de metodologia e apoio para contratar, controlar obrigações legais, medir, se relacionar comercialmente com a outra empresa, etc. Eles não têm formação adequada para isso, porque somente cursos de direito falam de contratos – e não de gestão dos contratos.
Não aprendem na escola e se aprenderam na prática tem chance de não conhecerem melhores práticas: fazem o que aprenderam sem saber se existe forma melhor de fazer.
Se existe todo um aparato na empresa para gerir pessoas, como pode ela imaginar que sem qualquer apoio os contratos serão geridos adequadamente pelos gestores ?
Alguns conselhos básicos para cuidar do maior bem da empresa:
Reconhecer a necessidade de estabelecer padrões para gestão – que tragam transparência aos processos e possibilitem benchmark de gestão;
Separar a gestão da contratação da gestão do contrato: são coisas diferentes que quando tratadas como se fossem uma só trazem prejuízo e descontrole (riscos). Gestor de contratação geralmente não é a pessoa mais indicada para fazer a gestão;
Fazer com que os gestores entendam que técnicas amadoras ou sistemas informatizados apenas apresentam falsa idéia de que existe controle. Um sistema mal implantado ou mal parametrizado multiplica os problemas de gestão ao invés de eliminar;
Adotar um modelo para gestão do ciclo de vida completo dos contratos (evidentemente recomendo o GCVC – mas pode ser outro). Implantar gradualmente, conforme os gestores forem assimilando a técnica e os benefícios.
Eliminar completamente a gestão de contratos que não seja baseado em padrões e check-lists. A gestão não pode depender do conhecimento que está apenas na cabeça das pessoas: o próximo contrato de terceirização poderá ‘aposentar’ um funcionário que detém o controle de alguns contratos importantes.
Para preservar um bem da empresa tão importante : ‘guerra ao fio de bigode’ e ao amadorismo na gestão !

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Contabilistas: com nova lei, salários devem aumentar

De acordo com matéria publicada hoje no portal Financial Web, remuneração de Contabilistas pode ser elevada com aprovação no exame de suficiência.

por Maria Carolina Buriti

02/08/2010

A Lei 12.249/10, que traz mudanças à regulamentação contábil, entre elas a volta do exame de suficiência e mais rigor nas boas práticas da categoria, também pode ter como consequência a elevação dos salários. Essa é a opinião do diretor comercial e de expansão da Rede Nacional de Contadores, Marcos Apóstolo.
Segundo o executivo, com o registro vinculado à aprovação no teste (o prazo para solicitar o registro sem a realização do teste foi prorrogada para 29 de outubro) as contratações se concentraram nos aprovados pelo exame. “Nem todos passarão no exame de suficiência e com a diminuição de profissionais, os salários devem aumentar. Os profissionais serão valorizados”, contou.
Porém, esse movimento só deve começar quando a aplicação do exame estiver mais amadurecida. “O reflexo dessas mudanças deve ocorrer, mais ou menos, a partir de um ano (da aplicação do exame)”, prevê.
Pesquisa do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), realizada com 19,9 mil profissionais da área contábil, mostrou que os salários dos contabilistas dobraram desde 1996. Segundo o estudo 27,6% deles recebem entre R$2,1 mil e R$ 4,2 mil, no primeiro levantamento, realizado entre 1995 e 1996, grande parte dos entrevistados, que à época representava 14%, se enquadrava na faixa salarial de R$1,4 mil a R$2,1 mil.
A valorização da classe com a volta do exame é a opinião dos profissionais ouvidos pelo FinancialWeb, na série de reportagens sobre a nova lei. “A Rede Nacional de Contabilidade é totalmente favorável ao exame de suficiência porque é possível diferenciar o bom e o mal profissional no mercado”, analisou Apóstolo.

sábado, 17 de julho de 2010

Ciclos políticos

Em matéria publicada hoje no site Contas abertas, Leandro Kleber demonstra mais uma evidência da teoria dos ciclos políticos:

Sob o argumento de manter a sociedade informada sobre as políticas do poder público, o governo federal gastou R$ 362 milhões em publicidade no primeiro semestre deste ano. O montante é 53% superior ao aplicado no mesmo período de 2009, R$ 236,8 milhões. Além disso, a quantia desembolsada em 2010 ultrapassou a média de gastos com publicidade dos últimos três anos anteriores à eleição. A diferença, segundo dados do Siafi (sistema de acompanhamento de receitas e despesas da União), é de cerca de R$ 38 milhões acima do limite legal previsto pela legislação eleitoral.

Em porcentagem, o valor pago pela administração direta entre janeiro e junho de 2010 já excede em 12% a média das despesas com publicidade registradas em 2007, 2008 e 2009, entre janeiro e dezembro de cada ano.

Os recursos são divididos em dois tipos de publicidade: a institucional, que tem previsão orçamentária de R$ 167 milhões para 2010 - administrados apenas pela Presidência da República (PR) com o objetivo de divulgar informações sobre atos, obras, programas, metas e resultados de governo -; e a de utilidade pública, com R$ 533,3 milhões previstos e utilizados por 54 instituições federais. Destes órgãos, quase 40 já gastaram, entre janeiro e junho, a verba com o intuito de informar, orientar, prevenir e alertar a população sobre temas específicos.

O governo prevê desembolsar R$ 700,3 milhões até dezembro com as campanhas publicitárias. Quase um terço refere-se a anúncios diretamente vinculados à Presidência da República. A Lei Eleitoral determina o limite para os pagamentos feitos até 3 de julho, ou três meses antes das eleições. No período eleitoral (julho a outubro) , a lei só autoriza publicidade em caso “de grave e urgente necessidade pública”, previamente reconhecida pela Justiça Eleitoral. A propaganda de produtos e serviços de empresas estatais que concorram no mercado também fica liberada.

O limite para os gastos com publicidade foi estabelecido pela Lei Eleitoral de 1997. Um dos objetivos é conter condutas que afetam a igualdade de oportunidades entre os candidatos. A Advocacia-Geral da União (AGU) também já fez orientações ao governo sobre como se portar para as eleições de outubro deste ano. Nela, informa que é proibido gastar com publicidade dos órgãos públicos federais ou das empresas estatais até 3 de julho mais do que a média anual dos gastos dos três anos anteriores ou do ano imediatamente anterior à eleição. Entre os dois valores, a AGU afirma que vale o menor.

Presidência lidera desembolsos

Entre os órgãos da administração federal direta, quem mais fez uso da sua verba de comunicação no primeiro semestre foi a Presidência da República. Foram R$ 28 milhões com publicidade de utilidade pública e R$ 109,5 milhões destinados às campanhas institucionais, exclusivas da PR. Entre elas, pesquisas de opinião sobre o andamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Minha Casa Minha Vida, entre outras ações do governo.

O Ministério das Cidades, principalmente via Fundo Nacional de Segurança e Educação de Trânsito (Funset), aparece em segundo colocado, com desembolsos na casa dos R$ 81 milhões no total. O Funset faz campanhas educativas sobre segurança e educação no trânsito. Em seguida, quem mais utilizou a verba de publicidade de utilidade pública foi o Ministério da Saúde, com R$ 76 milhões aplicados em campanhas.

Não estão incluídos no cálculo os valores relativos à publicidade legal e à propaganda mercadológica. Também não fazem parte do levantamento os gastos das empresas estatais e sociedades de economia mista, como o Banco do Brasil e a Petrobras.

Secom diz não ter alcançado o teto

A Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), responsável por coordenar a publicidade na administração direta e nas empresas publicas, informou ao jornal O Estado de S.Paulo que calcula como limite de gastos até 3 de julho o valor de R$ 903,5 milhões e, assim, não teria sido alcançado.

Os dados apresentados pela Secom ao jornal divergem da base de dados do Siafi e dos registrados no Portal da Transparência, mantido pela Controladoria-Geral da União. Questionada sobre as divergências, a secretaria informou à repórter Marta Salomon que excluiu da contabilidade dos gastos com publicidade os custos da divulgação da imagem do Brasil no exterior, das pesquisas de opinião encomendadas pelo Planalto e do portal do governo.

A Secom ainda apresentou à jornalista interpretação diferente da que consta na cartilha da Advocacia-Geral da União. “A Lei Eleitoral é clara quando diz que as restrições de investimentos em publicidade dizem respeito ao ano orçamentário, de janeiro a dezembro, e não mês a mês do ano eleitoral ou ao primeiro semestre do ano eleitoral”, escreveu a secretaria. Confrontada com a versão publicada na cartilha do governo, a Secom respondeu que cumpriria até 3 de julho o limite equivalente a média anual entre 2007e 2009.

Do que as empresas realmete precisam?

Recebi um e-mail com um texto de Max Gehringer, que fala sobre o exagero cometido pelas empresas, quando exigem demasiadas habilidades no processo seletivo de seus funcionários. Vejamos:

Vi um anúncio de emprego. A vaga era de Gestor de Atendimento Interno, nome que agora se dá à Seção de Serviços Gerais. E a empresa exigia que os interessados possuíssem - sem contar a formação superior - liderança, criatividade, energia, ambição, conhecimentos de informática, fluência em inglês e não bastasse tudo isso, ainda fossem HANDS ON. Para o felizardo que conseguisse convencer o entrevistador de que possuía essa variada gama de habilidades, o salário era um assombro: 800 reais. Ou seja, um pitico.

Não que esse fosse algum exemplo fora da realidade. Ao contrário, é quase o paradigma dos anúncios de emprego. A abundância de candidatos permite que as empresas levantem cada vez mais a altura da barra que o postulante terá de saltar para ser admitido. E muitos, de fato, saltam. E se empolgam. E aí vêm as agruras da super-qualificaçã o, que é uma espécie do lado avesso do efeito pitico...

Vamos supor que, após uma duríssima competição com outros candidatos tão bem preparados quanto ela, a Fabiana conseguisse ser admitida como gestora de atendimento interno.. E um de seus primeiros clientes fosse o seu Borges, Gerente da Contabilidade.

Seu Borges:
-- Fabiana, eu quero três cópias deste relatório.
Fabiana:
-- In a hurry!
Seu Borges:
-- Saúde.
Fabiana:
-- Não, Seu Borges, isso quer dizer "bem rapidinho". É que eu tenho fluência em inglês. Aliás, desculpe perguntar, mas por que a empresa exige fluência em inglês se aqui só se fala português?
Seu Borges:
-- E eu sei lá!! Dá para você tirar logo as cópias?
Fabiana:
-- O senhor não prefere que eu digitalize o relatório? Porque eu tenho profundos conhecimentos de informática.
Seu Borges:
-- Não, não.. Cópias normais mesmo.
Fabiana:
-- Certo. Mas eu não poderia deixar de mencionar minha criatividade. Eu já comecei a desenvolver um projeto pessoal visando eliminar 30% das cópias que tiramos.
Seu Borges:
-- Fabiana, desse jeito não vai dar!
Fabiana:
-- E eu não sei? Preciso urgentemente de uma auxiliar.
Seu Borges:
-- Como assim?
Fabiana:
-- É que eu sou líder, e não tenho ninguém para liderar. E considero isso um desperdício do meu potencial energético.
Seu Borges:
-- Olha, neste momento, eu só preciso das três cópias.
Fabiana:
-- Com certeza. Mas antes vamos discutir meu futuro...
Seu Borges:
-- Futuro? Que futuro?
Fabiana:
-- É que eu sou ambiciosa. Já faz dois dias que eu estou aqui e ainda não aconteceu nada.
Seu Borges:
-- Fabiana, eu estou aqui há 18 anos e também não me aconteceu nada!
Fabiana:
-- Sei. Mas o senhor é hands on?
Seu Borges:
-- Hã?
Fabiana:
-- Hands on....Mão na massa.
Seu Borges:
-- Claro que sou!
Fabiana:
-- Então o senhor mesmo tira as cópias. E agora com licença que eu vou sair por aí explorando minhas potencialidades. Foi o que me prometeram quando eu fui contratada.

Então, o mercado de trabalho está ficando dividido em duas facções:
1 - Uma, cada vez maior, é a dos que não conseguem boas vagas porque não têm as qualificações requeridas.
2 - E o outro grupo, pequeno, mas crescente, é o dos que são admitidos porque possuem todas as competências exigidas nos anúncios, mas não poderão usar nem metade delas, porque, no fundo, a função não precisava delas.

Alguém ponderará - com justa razão - que a empresa está de olho no longo prazo: sendo portador de tantos talentos, o funcionário poderá ir sendo preparado para assumir responsabilidades cada vez maiores.

Em uma empresa em que trabalhei, nós caímos nessa armadilha. Admitimos um montão de gente superqualificada. E as conversas ficaram de tão alto nível que um visitante desavisado confundiria nossa salinha do café com a Fundação Alfred Nobel.

Pessoas superqualificadas não resolvem simples problemas!

Um dia um grupo de marketing e finanças foi visitar uma de nossas fábricas e no meio da estrada, a van da empresa pifou. Como isso foi antes do advento do milagre do celular, o jeito era confiar no especialista, o Cleto, motorista da van. E aí todos descobriram que o Cleto falava inglês, tinha informática e energia e criatividade e estava fazendo pós-graduação... só que não sabia nem abrir o capô. Duas horas depois, quando o pessoal ainda estava tentando destrinchar o manual do proprietário, passou um sujeito de bicicleta. Para horror de todos, ele falava "nóis vai" e coisas do gênero. Mas, em 2 minutos, para espanto geral, botou a van para funcionar. Deram-lhe uns trocados, e ele foi embora feliz da vida.

Aquele ciclista anônimo era o protótipo do funcionário para quem as Empresas modernas torcem o nariz: O QUE É CAPAZ DE RESOLVER, MAS NÃO DE IMPRESSIONAR.

Max Gehringer
Revista EXAME

terça-feira, 22 de junho de 2010

O fim do Iuperj

Em matéria publicada hoje no site da Folha.com, Cristina Grillo informa o fim do Iuperj.

Os 20 professores do Iuperj (Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro), instituição de pós-graduação ligada à Universidade Candido Mendes, pedem demissão na manhã desta terça-feira.

À tarde, em ato solene com a presença do governador Sérgio Cabral, o grupo será incorporado à Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro). Contratados como professores visitantes, eles formarão um novo núcleo de pós-graduação.

A decisão de romper com a Candido Mendes foi tomada por causa de atrasos nos salários. Há seis meses os professores não recebem. A dívida, de acordo com os docentes, inclui o pagamento de garantias trabalhistas, como FGTS e férias.

O Iuperj foi criado em 1964 como instituto de pesquisas. Em 1969, transformou-se em centro de pós-graduação e pesquisa em ciências sociais.

Ele formou 471 mestres e 281 doutores.Tirou conceito máximo (5) na última avaliação da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), sobre o período 2004-2007.

Já fizeram parte de seu quadro nomes como Bolivar Lamounier, José Murilo de Carvalho, Sergio Abranches, Simon Schwartzman e Wanderley Guilherme dos Santos.

No grupo que segue para a Uerj estão, entre outros, Fabiano Guilherme Santos, Jairo Nicolau, Luiz Werneck Vianna, Renato Lessa e Ricardo Benzaquem de Araújo.

Na Justiça
Para deixar a Candido Mendes, o grupo vai entrar na Justiça com um pedido de rescisão indireta do contrato de trabalho, previsto na CLT. O dispositivo pode ser usado quando o empregador deixar de cumprir as obrigações previstas no contrato.

O grupo teve o apoio dos cerca de 200 alunos da instituição. Em uma carta, os estudantes afirmam que seguirão os professores na Uerj.

Nas negociações com o governador e com o reitor da Uerj, Ricardo Vieiralves, foi estabelecido que os membros do grupo seriam recebidos sem vínculo empregatício, recebendo bolsas.

O salário médio dos professores do Iuperj é de R$ 8.000 brutos. As bolsas são de R$ 6.700. Ainda assim, os professores consideraram a troca vantajosa. "Melhor ganhar menos, mas receber, do que ter um salário mais alto que nunca é pago", disse um deles.

A Folha apurou que há resistência dos professores da Uerj à absorção do grupo. Queixam-se de que eles trabalhariam apenas na pós-graduação, sem dar aulas na graduação. "Eles não terão turmas, mas farão seminários para os alunos", explica o reitor.

Na universidade, teme-se também que, depois do fim das bolsas, o grupo seja incorporado "pela janela", sem concurso público. "A contratação será por concurso", diz Vieiralves.

OUTRO LADO
Candido Mendes, reitor da Universidade Candido Mendes, disse ontem "desconhecer completamente" a informação de que professores do Iuperj deixarão o instituto.

Segundo ele, o Iuperj está em reformulação e parte dos salários atrasados, relativa a fevereiro, foi paga ontem.

A reestruturação do instituto passa por sua transformação em uma organização social. Essa qualificação é concedida pelo governo a entidades privadas sem fins lucrativos que exerçam atividades de interesse público e permite que ela receba recursos orçamentários.

"[Isso] está em total contradição com o que está sendo feito com o governo federal através da Finep e do Ministério da Ciência e Tecnologia. A respeito dessa reestruturação já estive até com o presidente da República."

Segundo o reitor, o comunicado sobre a reformulação do Iuperj deve ser divulgado na sexta.

Colaborou DENISE MENCHEN

Fonte: aqui

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Eletrobrás reapresenta balanço, com lucro de R$738,3 milhões

Matéria de Rafael Rosas, do Valor on line.

A Eletrobras fechou o primeiro trimestre com lucro líquido de R$ 738,3 milhões, uma alta de 628% na comparação com o ganho de R$ 101,3 milhões nos três primeiros meses do ano passado. O balanço do primeiro trimestre foi reapresentado hoje, desta vez com a incorporação dos resultados de Furnas.

A controlada fechou os três primeiros meses com lucro líquido de R$ 190,71 milhões, 15,78% acima dos R$ 164,71 milhões do período janeiro-abril do ano passado. Devido ao atraso de Furnas, a Eletrobras havia apresentado, em 18 de maio, um lucro líquido de R$ 519,8 milhões.

No resultado apresentado hoje, a Eletrobras informou uma receita operacional de R$ 5,621 bilhões, 7,7% abaixo os R$ 6,087 bilhões do primeiro trimestre de 2009. A queda foi compensada pelo recuo das despesas operacionais, que caíram 12,3%, passando de R$ 5,457 bilhões para R$ 4,784 bilhões, elevando o lucro antes do resultado financeiro em 32,7%, de R$ 630,4 milhões para R$ 836,7 milhões.

Já o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) atingiu R$ 1,750 bilhão, 22,1% acima dos R$ 1,434 bilhão do primeiro trimestre do ano passado. Em relação a Furnas, o Ebitda subiu 10,85%, passando de R$ 446 milhões para R$ 494 milhões.

Fonte: http://www.valoronline.com.br/?online/empresas/11/6331097/eletrobras-reapresenta-balanco,-com-lucro-de-r-738,3-milhoes